“Outras entidades que hoje são tidas como Malandros são provenientes da Jurema e do Catimbó, onde são Mestres e Encantados”, afirma Janaina.
Pode-se notar o apelo popular e a simplicidade das palavras e dos termos com os quais são compostos os pontos e cantigas dessas entidades. Assim é o malandro, simples, amigo, leal, verdadeiro. Se você pensa que pode enganá-lo, ele o desmascara sem a menor cerimônia na frente de todos.
Apesar da figura do malandro, do jogador, do arruaceiro, detesta que façam mal ou enganem aos mais fracos.
A gira de Zé Pelintra é muito alegre e com excelente vibração e disciplina. Zé pelintra procura trabalhar com seus camaradas, e às vezes, por ser muito festeiro, gosta de uma roda de amigos para conversar, e ensinar o que traz do astral.
Entidade de luz, carismática, chega aos terreiros de umbanda, com seu samba no pé, seu cigarro na boca, chapéu de panamá de lado com toda a ginga de um malandro. É muito conhecido por sua irreverência.
O certo é que são o retrato e a realidade da classe menos favorecida, são a periferia, os menos favorecidos, os esquecidos, aqueles que se não fosse o jogo de cintura e a criatividade humana, jamais persistiriam. Entende agora o que é a malandragem desses malandros? São espíritos livres das ilusões que tanto aplaca a mente dos encarnados. Dos Catimbós do Nordeste aos terreiros de Umbanda de todo Brasil! A Malandragem....Isso é ascensão...
Por fim camarada, tenha em mente que os Zés estão para ajudar a quem queira. Defendem sim os mais pobres e sofredores, pois sabem o que é a dor da fome e da perdição. Secão sempre as lágrimas daqueles que sofrem e isso basta.
“Dentro do meu chapéu levo meu mistério, na fumaça de meu charuto transporto minha magia, na gargalha encanto meu povo, no meu terno branco reflito o que sou e na minha gravata vermelha quebro o mal olhado na força de Ogum!”
São “mandingueiros” do bem e manifestam um incrível senso de humor em suas manifestações. Chamam logo atenção de todos e arrebanham facilmente pessoas ao seu convívio.
Seu arquétipo é da classe social mais sofrida e menos abastada. Retratam mesmo aqueles que viveram no morro, na periferia. São marginalizados, no entanto não são marginais. Exemplo daquele que apesar do sofrimento e das dificuldades teve sabedoria para tirar humor da dor e driblar o baixo astral.
Mandingueiros, sabem muito bem como combater as Trevas e desmanchar feitiçarias e magias negra.
Sua Bebida: Cerveja branca bem gelada, ou bebida de boteco como rabo de galo, conhaque, pinga etc.
Sua comida: Farofa de carne de sol, ou carne seca em pedaços bem frita com cebolas refogadas, petiscos em geral; azeitonas, salaminho, linguiça calabresa acebolada, (todos feito petiscos).
Locais de vibração: Seu ponto de força é na subida de morros, esquinas, encruzilhadas e até em cemitérios, pois ele trabalha muito com as almas, assim como é de característica na linha dos pretos velhos e exus, bares, zonas portuárias, áreas boêmias
Cor: Vermelho e Branco ou Preto e Branco, ou ainda somente o Preto.
Suas guias podem ser de vários tipos, desde coquinhos com olho de Exu, até vermelho e preto, vermelho e branco ou preto e branco.
CARACTERÍSTICAS MARCANTES
REPRESENTAÇÃO E ORIGENS
Personagem bastante conhecido seja por frequentadores das religiões onde atua como entidade, por sua notável malandragem.
Seu Zé tem sua imagem reconhecida como um ícone, um representante, o verdadeiro estereótipo do malandro, ou porque não dizer, da malandragem brasileira e mais especificamente, carioca. Trata-se de uma corrente que, de uma forma ou de outra, permeia o imaginário popular da cultura brasileira e, portanto, carregam suas egrégoras tanto como outras.
Um do seu maior destaque está justamente no fato do Seu Zé ter uma tremenda elegância e competência.
Em sua origem, Seu Zé tornou-se famoso primeiramente no Nordeste… Primeiro como frequentador dos catimbós e, depois como entidade dessa religião. Vale destacar aqui que o Catimbó está inserido no quadro das religiões populares do Norte e Nordeste e traz consigo a relação com a pajelança indígena e os candomblés de caboclo muito difundidos na Bahia.
Sua fama de “erveiro” vem também do Nordeste. Seria capaz de receitar chás medicinais para a cura de qualquer mal, benzer e quebrar feitiços dos seus consulentes.
Para quem ainda não entendeu, os Zés da Umbanda são espíritos comuns a cada um. Humanos por natureza, errantes, com defeitos e virtudes que na bondade do Criador podem interagir com os encarnados afim de na troca de experiências agregando luz e evolução na história de cada um.
Zé Pelintras, Zé Navalha, Zé da Faca e tantos “zés” formam esta corrente ou linha de trabalho que chamamos de Linha dos Malandros. Pela falta de informação foram chegando na Umbanda de “fininho” na boa malandragem pra não incomodar ninguém. Quando “batiam na porta” de um terreiro que os desconhecia, se era da percepção do dirigente que devíamos manifestar na linha dos exus, assim faziam se pensavam que eram baianos, tudo bem, ali estavam. Entre acertos e erros, contradições e tradições foram sendo aceitos, percebidos e procurados. No entanto engana-se aquele que pensa que surgiram do nada ou para nada. Já bem antes da Umbanda estavam lá comandando o Catimbó, muitos ainda estão, diria que esta é sua origem, pois é, são o retrato da miscigenação racial e cultural que impera em todos os cantos deste Brasil, terra de Deus!
FONTES DE PESQUISA
O Arquétipo do Malandro:Zé Pelintra como Imagem do Trickster Nacional. Igor Fernandes.
Disponível em: http://povodearuanda.blogspot.com/2006/12/z-pelintra.html
Catimbó. A Magia e o Misticismo dos Mestres do Catimbó.
Disponível em: http://www.povodesanto.com.br/catimbo/My_Homepage_Files/Page66.html
Wikipédia
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Z%C3%A9_Pelintra
Povo de Aruanda.
Disponível em http://povodearuanda.wordpress.com/2007/10/31/o-encontro-de-ze-pelintra-com-lampiao/
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