Zé Pelintra e a Capoeira
Seu
Zé, como é carinhosamente chamado por seus admiradores, é também um
conquistador nato. Conhecedor da noite e dos perigos da vida, anda
sempre com seu lenço no pescoço e sua navalha alemã no bolso.
Não é preciso ser capoeirista para saber que muito dessa personalidade de Seu Zé, está ligada também à personalidade histórica do capoeirista. Se retornarmos para um segundo momento na história da capoeira, pós-abolição, vamos encontrar entre os praticantes da arte justamente os malandros, que, sendo exímios capoeiristas, sabiam como escapar de qualquer perigo e estavam sempre atentos ao caminhar pelas ruas. Os capoeiristas também sempre foram "conquistadores natos" do mulherio.
Ainda que afirmar isso nos idas de hoje seja tão polêmico, era no passado também muito natural que os praticantes da capoeira fossem praticantes de alguma religião afrobrasileira, uma vez que essas religiões estão fortemente ligadas ao universo de onde eles e a própria capoeira vieram. Mais do que uma simples prática, a religiosidade do povo africano não é apenas vivida no espaço de um terreiro ou um templo, é algo levado para o dia a dia, não é só uma religião, mas também uma forma de viver e de ver o mundo. E se hoje o preconceito é grande, imagine então naquela época...
Um pouco mais a frente na história,
encontramos entre os angoleiros figuras tão malandras quanto Seu Zé,
principalmente na capoeira Angola, onde os malandros chegavam em seus
ternos impecáveis, chapéu de lado, e jogavam sem que uma mancha de
poeira sequer maculasse o branco de suas roupas.Não é preciso ser capoeirista para saber que muito dessa personalidade de Seu Zé, está ligada também à personalidade histórica do capoeirista. Se retornarmos para um segundo momento na história da capoeira, pós-abolição, vamos encontrar entre os praticantes da arte justamente os malandros, que, sendo exímios capoeiristas, sabiam como escapar de qualquer perigo e estavam sempre atentos ao caminhar pelas ruas. Os capoeiristas também sempre foram "conquistadores natos" do mulherio.
Ainda que afirmar isso nos idas de hoje seja tão polêmico, era no passado também muito natural que os praticantes da capoeira fossem praticantes de alguma religião afrobrasileira, uma vez que essas religiões estão fortemente ligadas ao universo de onde eles e a própria capoeira vieram. Mais do que uma simples prática, a religiosidade do povo africano não é apenas vivida no espaço de um terreiro ou um templo, é algo levado para o dia a dia, não é só uma religião, mas também uma forma de viver e de ver o mundo. E se hoje o preconceito é grande, imagine então naquela época...
"moça não tenha medo do seu marido
se ele é bom na faca, eu sou no facão
se ele é bom na reza, eu na oração
se ele bate em cima, eu vou na rasteira
sou da capoeira"
Vibrações na Capoeira
A
tão famosa "mandinga", uma energia quase palpável na capoeira, que todo
capoeirista já sentiu, é uma energia herdada dessa época em que era
preciso mais do que esperteza e habilidade no jogo, mas também - opinião
própria - uma proteção espiritual para o capoeira. Negro, pobre de
recursos materiais, mas rico de recursos culturais, e discriminado,
perseguido pela polícia, pelo preconceito, por outros capoeiristas... A
mandinga é uma energia que vem da época em que o negro escravo precisava
fugir da senzala e lutar pela liberdade e para isso contava com um
auxílio divino. Então, por mais incrível que pudesse parecer, o escravo e
o malandro conseguiam escapar das mais inacreditáveis situações...
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