ZÉ PILINTRA



Bastante considerado, especialmente entre os umbandistas, como o espírito patrono dos bares, locais de jogo e sarjetas,
embora não alinhado com entidades de cunho negativo, é uma espécie de transcrição arquetípica do "malandro".
No seu modo de vestir, bastante típico,
Zé Pelintra é representado trajando terno completo na cor branca, sapatos de cromo, gravata grená ou vermelha e chapéu panamá
de fita vermelha ou preta.

Contam que nasceu no povoado de Bodocó, sertão pernambucano, próximo a cidadezinha de Exu.
Fugindo da terrível seca que assolava a cidade a família de José dos Anjos rumou para Recife em busca de uma melhor vida, mas o menino aos 3 anos perdeu a mãe.
Cresceu, então, no meio da malandragem, dormindo no cais do porto e sendo menino de recados de prostitutas. Sua estatura alta e forte granjeou o respeito dos circunstantes. Sua morte seria um mistério.
Aos 41 anos foi encontrado morto sem nenhum vestígio de ferimento.

Uma outra versão do mito alude a José Gomes da Silva, nascido no interior de Pernambuco, um negro forte e ágil, grande jogador e bebedor, mulherengo e brigão.
Manejava uma faca como ninguém, e enfrentá-lo numa briga era o mesmo que assinar o atestado de óbito.
Os policiais já sabiam do perigo que ele representava. Dificilmente encaravam-no sozinhos, sempre em grupo e mesmo assim não tinham a certeza de não saírem bastante prejudicados das pendengas em que se envolviam.

Não era mal de coração, muito pelo contrário, era bom, principalmente com as mulheres, as quais tratava como rainhas.

sábado, 12 de outubro de 2013

OUTRAS ENTIDADES SÃO TIDAS COMO MALANDROS

mestrcarlos

“Outras entidades que hoje são tidas como Malandros são provenientes da Jurema e do Catimbó, onde são Mestres e Encantados”, afirma Janaina.


Pode-se notar o apelo popular e a simplicidade das palavras e dos termos com os quais são compostos os pontos e cantigas dessas entidades. Assim é o malandro, simples, amigo, leal, verdadeiro. Se você pensa que pode enganá-lo, ele o desmascara sem a menor cerimônia na frente de todos.


Apesar da figura do malandro, do jogador, do arruaceiro, detesta que façam mal ou enganem aos mais fracos.


A gira de Zé Pelintra é muito alegre e com excelente vibração e disciplina. Zé pelintra procura trabalhar com seus camaradas, e às vezes, por ser muito festeiro, gosta de uma roda de amigos para conversar, e ensinar o que traz do astral.


Entidade de luz, carismática, chega aos terreiros de umbanda, com seu samba no pé, seu cigarro na boca, chapéu de panamá de lado com toda a ginga de um malandro. É muito conhecido por sua irreverência.


Os Zés são aclamados como Doutor, curador, conselheiro, defensor das mulheres e dos pobres. Por outro lado também são rechaçados e “exterminados” na consciência de alguns que insistem em os colocar no patamar dos “demônios” e espíritos viciados e aloprados. Ora, este que os maldizem são os que nada entendem sobre Deus e seu amor por Sua Criação! Deixe que falem desde que fale.


O certo é que são o retrato e a realidade da classe menos favorecida, são a periferia, os menos favorecidos, os esquecidos, aqueles que se não fosse o jogo de cintura e a criatividade humana, jamais persistiriam. Entende agora o que é a malandragem desses malandros? São espíritos livres das ilusões que tanto aplaca a mente dos encarnados. Dos Catimbós do Nordeste aos terreiros de Umbanda de todo Brasil! A Malandragem....Isso é ascensão...


Por fim camarada, tenha em mente que os Zés estão para ajudar a quem queira. Defendem sim os mais pobres e sofredores, pois sabem o que é a dor da fome e da perdição. Secão sempre as lágrimas daqueles que sofrem e isso basta.


“Dentro do meu chapéu levo meu mistério, na fumaça de meu charuto transporto minha magia, na gargalha encanto meu povo, no meu terno branco reflito o que sou e na minha gravata vermelha quebro o mal olhado na força de Ogum!”


São “mandingueiros” do bem e manifestam um incrível senso de humor em suas manifestações. Chamam logo atenção de todos e arrebanham facilmente pessoas ao seu convívio.


Seu arquétipo é da classe social mais sofrida e menos abastada. Retratam mesmo aqueles que viveram no morro, na periferia. São marginalizados, no entanto não são marginais. Exemplo daquele que apesar do sofrimento e das dificuldades teve sabedoria para tirar humor da dor e driblar o baixo astral.


Defensores naturais das mulheres que sofrem com o aprisionamento machista parecem até galanteadores, mas nunca perdendo o bom senso do respeito. Estão afinados com a classe a qual formam seu arquétipo.


Mandingueiros, sabem muito bem como combater as Trevas e desmanchar feitiçarias e magias negra.


Sua Bebida: Cerveja branca bem gelada, ou bebida de boteco como rabo de galo, conhaque, pinga etc.






Sua comida: Farofa de carne de sol, ou carne seca em pedaços bem frita com cebolas refogadas, petiscos em geral; azeitonas, salaminho, linguiça calabresa acebolada, (todos feito petiscos).


Locais de vibração: Seu ponto de força é na subida de morros, esquinas, encruzilhadas e até em cemitérios, pois ele trabalha muito com as almas, assim como é de característica na linha dos pretos velhos e exus, bares, zonas portuárias, áreas boêmias


Cor: Vermelho e Branco ou Preto e Branco, ou ainda somente o Preto.


Suas guias podem ser de vários tipos, desde coquinhos com olho de Exu, até vermelho e preto, vermelho e branco ou preto e branco.






CARACTERÍSTICAS MARCANTES


A primeira é ser muito brincalhão, mas é muito comum, também, encontrá-lo mais sério, parado em um canto, assim como sua imagem gosta de representá-lo olhando para o movimento ao seu redor.


REPRESENTAÇÃO E ORIGENS


Personagem bastante conhecido seja por frequentadores das religiões onde atua como entidade, por sua notável malandragem.


Seu Zé tem sua imagem reconhecida como um ícone, um representante, o verdadeiro estereótipo do malandro, ou porque não dizer, da malandragem brasileira e mais especificamente, carioca. Trata-se de uma corrente que, de uma forma ou de outra, permeia o imaginário popular da cultura brasileira e, portanto, carregam suas egrégoras tanto como outras.


Um do seu maior destaque está justamente no fato do Seu Zé ter uma tremenda elegância e competência.


Em sua origem, Seu Zé tornou-se famoso primeiramente no Nordeste… Primeiro como frequentador dos catimbós e, depois como entidade dessa religião. Vale destacar aqui que o Catimbó está inserido no quadro das religiões populares do Norte e Nordeste e traz consigo a relação com a pajelança indígena e os candomblés de caboclo muito difundidos na Bahia.


Sua fama de “erveiro” vem também do Nordeste. Seria capaz de receitar chás medicinais para a cura de qualquer mal, benzer e quebrar feitiços dos seus consulentes.






Têm como origem, os rituais do catimbó, provenientes do Nordeste brasileiro, onde até hoje é cultuado a imagem do malandro Zé Pelintra, chefe da linha dos malandros.


Para quem ainda não entendeu, os Zés da Umbanda são espíritos comuns a cada um. Humanos por natureza, errantes, com defeitos e virtudes que na bondade do Criador podem interagir com os encarnados afim de na troca de experiências agregando luz e evolução na história de cada um.


Zé Pelintras, Zé Navalha, Zé da Faca e tantos “zés” formam esta corrente ou linha de trabalho que chamamos de Linha dos Malandros. Pela falta de informação foram chegando na Umbanda de “fininho” na boa malandragem pra não incomodar ninguém. Quando “batiam na porta” de um terreiro que os desconhecia, se era da percepção do dirigente que devíamos manifestar na linha dos exus, assim faziam se pensavam que eram baianos, tudo bem, ali estavam. Entre acertos e erros, contradições e tradições foram sendo aceitos, percebidos e procurados. No entanto engana-se aquele que pensa que surgiram do nada ou para nada. Já bem antes da Umbanda estavam lá comandando o Catimbó, muitos ainda estão, diria que esta é sua origem, pois é, são o retrato da miscigenação racial e cultural que impera em todos os cantos deste Brasil, terra de Deus!










FONTES DE PESQUISA


O Arquétipo do Malandro:Zé Pelintra como Imagem do Trickster Nacional. Igor Fernandes.


Disponível em: http://povodearuanda.blogspot.com/2006/12/z-pelintra.html


Catimbó. A Magia e o Misticismo dos Mestres do Catimbó.


Disponível em: http://www.povodesanto.com.br/catimbo/My_Homepage_Files/Page66.html


Wikipédia


Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Z%C3%A9_Pelintra


Povo de Aruanda.

Disponível em http://povodearuanda.wordpress.com/2007/10/31/o-encontro-de-ze-pelintra-com-lampiao/

O MÉDICO DOS POBRES

Zé Pelintra é o médico dos pobres e advogado dos injustiçados, é protetor dos comerciantes, principalmente bares, lanchonetes, restaurantes e boates, e sempre recorre a Jesus, fonte inesgotável de amor e vida.
   Podem se envolver com qualquer tipo de assunto e têm capacidade espiritual bastante elevada para resolvê-los, podem curar, desamarrar, desmanchar, como podem proteger e abrir caminhos.
     Segundo Janaina Azevedo Corral, em geral, os Malandros, quando lhes é dada essa possibilidade, vestem-se de branco, com sapato e chapéu combinando, adornados com detalhes em vermelho e raramente em preto. Existem algumas exceções a essa regra, como é o caso do malandro Zé Pretinho, que veste terno preto e bengala, e, por isso muitos confundem com Exu. Há também muitos Malandros que encarnam a figura do sambista, com camisa listrada e chapéu panamá de palha.

Zé Pelintra & Malandros

          
 
  Oi Zé, quando vem lá da lagoa,
toma cuidado com o balanço da canoa!
Oi Zé, quando vem lá da lagoa,
 toma cuidado com o balanço da canoa!
Oi Zé, faça tudo o que quiser,
mas não maltrate o coração desta mulher!
Oi Zé, faça tudo o que quiser,
 mas não maltrate o coração desta mulher


  Na humildade que lhe é peculiar, Zé Pelintra, afirma que todos são sempre aprendizes. Zé Pelintra, espírito da Umbanda e mestre catimbozeiro, faz suas orações pelo povo do mundo, independente de suas religiões. Prega que cada um colhe aquilo que planta, e que o plantio é livre, mas a colheita é obrigatória. Zé Pelintra faz da Umbanda, o local de encontro para todos os necessitados.

SOU ZÉ PILINTRA

Sou Zé Pelintra - Por Jorge Scritori.

Sou guia, sou corrente, egrégora e proteção. Sou chapéu, sou terno, gravata e anel. Sou sertão, sertanejo, carioca, paulista, alagoano e Brasileiro. Sou Mestre, Malandro, Baiano, Catimbozeiro, Exu e Povo de Rua. Sou faca, facão e navalha. Sou armada, cabeçada e rasteira. Sou Lua cheia, sou noite clara, sou céu aberto.

Sou o suspiro dos oprimidos, sou a fé dos abandonados. Sou o pano que cobre o mendigo, sou o mulato que sobe o morro e o Doutor que desce a favela.

Sou Umbanda, Catimbó e Candomblé. Sou porta aberta e jogo fechado. Sou Angola e sou Regional.

Sou cachimbo, sou piteira, cigarro de palha e fumo de corda. Sou charuto, sou tabaco, sou fumo de ponta, sou brasa nos corações dos esquecidos.

Sou jogo de rua, sou baralho, sou dado e dominó. Sou cachetinha, sou palitinho, sou aposta rápida. Sou truco, sou buraco e carteado.

Sou proteção ao desamparado, sou o corte da demanda e a cura da doença.

Sou a porta do terreiro, sou gira aberta e gira cantada.

Sou ladainha, sou hino, sou ponto, sou samba e dou bamba.

Sou reza forte, sou benzimento, sou passe e transporte.

Sou gingado, sou bailado, sou lenço, sou cravo vermelho e sou rosas brancas.

Sou roda, sou jogo, sou fogo. Sou descarrego, sou pólvora, sou cachaça e sou Jurema.

Sou lágrima, sou sorriso, sou alegria e esperança.

Sou amigo, parceiro e companheiro.

Sou Magia, sou Feitiço, sou Kimbanda e sou demanda.

Sou irmão, sou filho, sou pai, amante e marido. Sou Maria Navalha, Sou Zé Pretinho, sou Tijuco Preto e sou Camisa Preta.

Sou sobrevivência, sou flexibilidade, sou jeito, oportunidade e sabedoria.

Sou escola, sou estudo sou pesquisa e poesia.

Sou o desconhecido, sou o homem de história duvidosa, mas sou a história de muitos homens.

Sou a vida a ser vivida, sou palma a ser batida, sou o verdadeiro jogo da vida:

Eu Sou Zé Pilintra!

JOSÉ EMERENCIANO

Zé PelintraConta-se que Zé Pelintra (José Emerenciano) nasceu em Pernambuco, era filho de uma escrava forra com seu ex-dono, teve algumas oportunidades na vida. Trabalhou em serviços de gabinete, mas não suportava a rotina. Estudou, pouco, pois não tinha paciência para isso. Gostava mesmo era de farra, bebida e mulheres, não uma ou duas, mas muitas. Houve uma época em que estava tão encrencado em sua cidade natal que teve que fugir e tentar novos ares. Foi assim que Emerenciano surgiu na Cidade Maravilhosa. Sempre fiel aos seus princípios, está claro que o lugar escolhido havia de ser a Lapa, reduto dos marginais e mulheres de vida fácil na época. Em pouco tempo passou a viver do dinheiro arrecadado por suas “meninas", que apaixonadas pela bela estampa do negro, dividiam o pouco que ganhavam com o suor de seus corpos. Não foram poucas as vezes que Emerenciano teve que enfrentar marginais em defesa daquelas que lhe davam o pão de cada dia. E que defesa! Era impiedoso com quem ousasse atravessar seu caminho. Carregava sempre consigo um punhal de cabo de osso, que dizia ser seu amuleto, e com ele rasgara muita carne de bandido atrevido, como gostava de dizer entre gargalhadas, quando nas mesas dos botecos de sua preferência. Bebia muito (Zé Pelintra), adorava o álcool, desde a cachaça mais humilde até o isque mais requintado. E em diversas ocasiões suas meninas o arrastaram praticamente inconsciente para o quarto de uma delas. Contudo, era feliz, ou dizia que era, o que dá quase no mesmo. Até que conheceu Amparo, mulher do sargento Savério. Era a visão mais linda que tivera em sua existência. A bela loura de olhos claros deixava-o em êxtase apenas por passar em sua frente. Resolveu mudar de vida e partiu para a conquista da deusa loura, como costumava chamá-la. Parou de beber, em demasia, claro! Não era homem também de ser afrouxado por ninguém, e uns golezinhos aqui e ali não faziam mal a ninguém. Dispensou duas de suas meninas, precisava ficar com pelo menos uma, o dinheiro tinha que entrar, não é? Julgava-se então o homem perfeito para a bela Amparo. Começou então a cercar a mulher, que jamais lhe lançara um olhar. Aos amigos dizia que ambos estavam apaixonados e já tinha tudo preparado para levá-la para Pernambuco, onde viveriam de amor. Aos poucos a história foi correndo, apostas se fizeram, uns garantiam que Emerenciano, porreta como era, ia conseguir seu intento. Outros duvidavam Amparo nunca demonstrara nenhuma intimidade por menor que fosse que justificasse a fanfarronice do homem. O pior tinha que acontecer, cedo ou tarde. O Sargento foi informado pela mulher da insistente pressão a que estava submetida. Disposto a defender a honra da esposa marcou um encontro com o rival. Emerenciano ria, enquanto dizia aos amigos: - É claro que vou, ele quer me dar à mulher? Eu aceito! Vou aqui com meu amigo... - E mostrava seu punhal para quem quisesse ver. Na noite marcada vestiu-se com seu melhor terno e dirigiu-se ao botequim onde aconteceria a conversa. Pediu uísque, não era noite para cachaça, e começou a bebericar mansamente. Confiava em seu taco e muito mais em seu punhal. Se fosse briga o que ele queria, ia ter. Ao esvaziar o copo ouviu um grito atrás de si: - Safado! - Levantou-se rapidamente e virou-se para o chamado. O tiro foi certeiro. O rosto de Emerenciano foi destroçado e seu corpo caiu num baque surdo. Recebido no astral por espíritos em missão evolutiva, logo se mostrou arrependido de seus atos e tomou seu lugar junto à falange de Zé Pelintra. Com a história tão parecida com a do mestre em questão, outra linha não lhe seria adequada. Hoje, trabalhador nos terreiros na qualidade de Zé Pelintra do Cabo, diverte e orienta com firmeza a quem o procura. Não perdeu, porém a picardia dos tempos de José Emerenciano. Sarava Seu Zé Pelintra! Tipos de Malandro: Além do Zé Pelintra, há espíritos (entidades) mentores na linha de Umbanda e também baixa em pessoas ligadas ao Candomblé, como ele, também conhecidos como Antônio Pelintra, Maria Pelintra, João Pelintra, Joana Pelintra, Mané Pelintra e Rosa Pelintra. Mas ainda, há suas qualidades de Zé Pelintras viradas na esquerda, que ganham atributos específicos da vida do Seu Zé, como Seu Zé Malandrinho, Seu Malandro, Malandro das Almas, Zé da Brilhantina, Malandro da Madrugada, Zé Malandro, Zé Pretinho, Zé da Navalha, Zé do Morro, e por aí vai. Só vale ressaltar que os Malandros não são exus, embora venham na Linha de Esquerda. Ao contrário dos Exus que estão nas encruzilhadas, encontramos os malandros em bares, subidas de morros, festas e muito mais. Agrados de Zé Pelintra Comida: carne seca com farofa ou escondidinho de macaxera, que é o mesmo que mandioca. (Na esquerda, acrescentar pimenta vermelha) Bebida: Cerveja clara bem gelada Locais de vibração: Subida de Morros, Cemitérios, bares, zonas portuárias, áreas boêmias Cor de Zé Pelintra: Vermelho e Branco ou Preto e Branco, ou ainda somente o Preto Texto de Luiza Fernanda, de Caçapava, SP

FOTOS DO MALANDRO

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O PONTO MAIS CANTADO

MINHA FORÇA

Minha força está na solidão.
Não tenho medo nem de chuvas tempestivas
nem de grandes ventanias soltas,
pois eu também sou o escuro da noite

Foto: Minha força está na solidão. 
Não tenho medo nem de chuvas tempestivas 
nem de grandes ventanias soltas, 
pois eu também sou o escuro da noite

NA LINHA DE UMBANDA

A MAIOR SABEDORIA

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REFLEXÃO

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FRASE DE ZÉ PILINTRA


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https://www.facebook.com/FrasesDeZePelintra

A PIOR AMBIÇÃO DO SER HUMANO

Foto: Bom dia

OLHAI POR NÓS

HUMILDADE

Foto: "Um dos grandes segredos que eu aprendi na vida é que ocê precisa saber a hora de ser bobo e a hora de ser espertu. Nem sê bobo demais, pra não enchê a confiança de ninguém, nem espertu demais pra fazê inveja em ninguém. Ocê mantém suas amizade em nível saudável, ocê se mostra uma pessoa confiável e digna de respeito. As pessoa vão sabe quais limite não devi ultrapassar com ocê, e assim ocê poderá esperar sinceridade de qualquer um.
Nesta vida uma das coisas que ocê constrói é a lembrança que todos terão de ocê depois. Cria uma lembrança boa."

Seu ZéFoto

FRASE DE ZÉ PILINTRA

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NAS HORAS DIFÍCEIS

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Muitos me chamam de malandro, aproveitador, enganador até de exu sou chamado! Éééé!!!! Os encarnados gostam de colocar muitas palavras na "boca dos mortos" o que nem sempre traduz aquilo que nós deste lado de cá da vida realmente somos.
Mas como nossa Umbanda já passou de seus 100 anos, resolvi agora dar a minha palavra para "fechar" um pouco a boca daqueles que muito falam da Umbanda e suas entidades, mas infelizmente nada sabem da mesma e muito pouco de nós.

 Quando falamos de "malandros", logo lembramos daquele que leva vantagem em tudo na vida, enganando, mentindo e se aproveitando da boa vontade dos que são conhecidos como mais fracos o que eu José Pelintra diria "menos informados e preparados em sua fé"!
Para quem tem uma mente doentia este seria o melhor adjetivo para os malandros, mas um verdadeiro malandro sabe:
• Driblar os obstáculos que a vida lhe impõe com um sorriso e confiança em Deus, pois se tudo na vida tem começo e fim inclusive nossa passagem neste mundo, suas dores não são eternas. Sorrir quando tudo é alegria é fácil, ele já nasce na face, mas sorrir e ter fé quando as coisas andam meio "de lado" ao só para quem tem ginga.
• Malandragem não é se julgar coitado esquecido de Deus e dos Orixás, é mexer-se, fazer a diferença, ir a luta. Tombo meninada foi feito para se levantar e continuar adiante e ficar esperto onde "se coloca o pé", pois tem muito "malandro pisando em cova" em trocadilhos, "tem muita gente escolhendo um caminho mais doloroso para seguir" e consciente.
• Malandragem é saber seu limite, onde se deve parar e não querer mostrar para os outros o que não é e o que não se tem. Deus minha gente criou todos iguais, com as mesmas possibilidades. Na vida não tem "jeitinho", tem é atitude de buscar melhorar-se cada vez mais de aprender a viver e ganhar maturidade. “Só” ensina quem já aprendeu e não quem ainda esta na primeira série.
Muitos me criticam pelas minhas vestes brancas e trazem seu coração escuro pelo preconceito vacilo de quem se julga superior a todos e segue uma verdade que nem ele mesmo conhece. Muitos falam de meu punhal, mas cortam e ferem seu semelhante com suas palavras todos os dias dentro e fora de seus lares e o meu punhal "malandro" só corta demanda. Na minha imagem "figura" o branco simboliza como dever ser nosso interior, ou seja, LIMPO! Minhas mãos juntas simbolizam a fé que infelizmente de Aruanda vemos poucos "aqui em baixo" praticá-la em qualquer credo. O livro em meus pés significa que para crescer é preciso conhecer-se a si próprio. O vermelho de meus adereços simboliza a vitalidade a alegria que todo bom "malandro" deve ter para encarar os problemas que ele mesmo cria em sua vida. Muitos falam, poucos conhecem! Muitos julgam poucos compreendem! E assim caminha a nossa Umbanda esclarecendo e lutando para com muita "malandragem" e muita ginga ganhar seu espaço.
Santo figura ninguém é, então que cada um reflita antes de julgar....
“Sou santo ou demônio? Justo ou pecador? Tira isso da cabeça meu menino!
Sou ZÉ PELINTRA Malandro da luz e sirvo a nosso Senhor.
" ...Seu Zé Pelintra quando vem Ele traz a sua magia Para salvar todos seu filhos e retirar feitiçaria..."
Cantiga de Umbanda
Saravá malandragem José Pelintra do Morro Grande
Mensagem canalizada por Géro Maita

domingo, 29 de setembro de 2013

OUÇA RÁDIO OI VAMOS SARAVÁ SR ZÉ PILINTRA

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

ACORDO DE MALANDRO

BEZERRA DA SILVA - Malandro Não Vacila

ZÉ PILINTRA E A LINHA DE MALANDROS

VOU BRINCANDO E TRABALHANDO

               
 SOU BOÊMIO ,SOU MALANDRO
Como meu chapéu eu vou girando.
Sou Zé Pilintra
Amarro o feitiço no pé da ladeira
Tiro todo mal e ponho no pé da Juremeira

OUTRA PINTURA DE MARIA DO CARMO NOS ARCOS DA LAPA

LINDA PINTURA DA ARTISTA MARIA DO CARMO

CABARET DO ZÉ PILINTRA

ZEU ZÉ PILINTRA E MARIA PADILHA

Sua pomba gira de coração.
Onde ele faz sempre tudo para que ela o aceite.

SALVE MALANDRO E MALANDRINHO


"malandro.. meu malandrinho da cor brasileira seu gingado me encantou.. 
Ele põe fogo no paiol desafia feiticeiro  ele eo malandrinho da estrada o meu grande companheiro."

OUÇA A RÁDIO DA MALANDRAGEM

PINTURA DE MARIA DO CARMO

ZÉ PILINTRA/ALMA OU EXU?

 

Zé Pilintra é uma  alma. E como tal deve ser respeitada, assim como se respeite
um preto velho.
 

SALVE OS MALANDROS DA ESTRADA

                              
Que tanto nos protege dos perigos da madrugada.
Cada medium que trabalha com ele, sempre tem e terá uma história de proteção
realizada por este espírito tão guardião.

O FUMO E O JOGO DO MALANDRO


SETE CAMINHOS EU ANDEI

                           

CARD DO ZÉ PILINTRA

O CULTO DA JUREMA








Marinaldo José da Silva e Maria Ignez Novais Ayala

- Universidade Federal da Paraíba

Seu Zé de Nana meu nêgo
Você não é camarada
No meio de tanta moça
Roubou minha namorada

O que é que eu faço da vida
Par Paraíba eu não vou
A namorada que eu tinha
Seu Zé de Nana roubou



“Salve a Jurema Sagrada, salve eu, salve vói, salve minha tronqueira e salve minha cachaça, salve meu cachimbo e salve minhas encruza! E quem pode mais do que Deus? Só Deus e mais ninguém, né nêgo? Agora me daí meu chapéu, meu cachimbo e minha cachaça par eu molhar a guela e dançar aquele coco com uma nêga bem boa!”


O pau pendeu não caiu
Zé de Nana chegou
E ninguém viu


É característico dos Mestres juremeiros quando chegam em terra saudarem a Jurema Sagrada, a sua tronqueria1, e tudo que a eles pertence e a Deus. E pedem para cantar o seu ponto, que pode ser um coco ou não.

No universo da literatura oral, a própria criação se nutre da imaginação que se ancora na realidade daqueles que fazem da cultura popular uma circundante poética onde transitam mitos, narrativas, religiões e vários costumes afro-brasileiros. São evidentes as marcas da diáspora negra nessas variações populares, cabendo à Jurema e ao coco, elementos de estudo deste trabalho, a contemplação do afro-brasileiro-mágico-religioso, considerados fazedores de cultura. É no sentido de “trânsito” entre as atividades diversas pertencentes ao mundo da oralidade que nos propusemos a mostrar os vários pontos em comum da Jurema Sagrada e do coco de roda.

O caráter religioso desta dança tem despertado nossa atenção, levando-nos, inicialmente, a reunir os cocos que se referem a santos católicos e às práticas do catolicismo popular. Recentemente, em meio a uma das religiões brasileiras, que tem muitos adeptos na Paraíba – a Jurema Sagrada ” encontramos vários cocos, que aparecem como pontos de gira. A Jurema Sagrada é um dos vários cultos com fortes marcas indígenas que se mesclam com traços do catolicismo popular, do espiritismo e das religiões negras do Brasil ” candomblé e Umbanda.

Difícil dizer hoje a origem ou o que predomina nesse culto afro-brasileiro, fundamentado em ervas, raízes e casacas de árvore usadas com função mágica para acura ou para afastar males e recuperar as energias dos fiéis e de todos aqueles que procuram o auxílio dos Mestres juremeiros. Muitas vezes essas ervas são utilizadas em forma de fumo, que serve para a defumação da casa, e de amaci, fusão de ervas que serve para o batismo do iniciado na Jurema, além da semente e do vinho extraído da árvore sagrada num sentido mágico-religioso.

Nos estudos que compõem a bibliografia sobre as religiões afro-brasileiras, são muitos os títulos dedicados ao candomblé, ao catimbó, ao xangô e à Umbanda; aparecem referências à Jurema como uma linha da Umbanda. O culto da Jurema era elemento principal do catimbó, conforme os estudos de Câmara Cascudo, Roger Bastide e Oneyda Alvarenga. Essa última publicou em 1949 Catimbó, a partir da bibliografia então existente e da farta documentação reunida em 1938, pela Missão de Pesquisas Folclóricas, da Discoteca Municipal de São Paulo, por meio da pesquisa de campo no Nordeste.

Na década de 30 houve grande perseguição policial aos catimbós e aos catimbozeiros, com prisões, fechamento, destruição das casas e apreensão de objetos utilizados no culto. Até hoje, os termos catimbó e catimbozeiro têm conotação pejorativa no Nordeste, comportando forte carga de preconceito.

Na Paraíba, atualmente, o culto da Jurema se encontra ajustado à Umbanda. Nas casas por nós visitadas, as cerimônias ocorrem no mesmo salão em que são desenvolvidos os cultos aos orixás da Umbanda, diferindo apenas os pejis e as camarinhas, ou em espaço contíguo, dedicado exclusivamente à Jurema.

Como linha da Umbanda ou como culto independente que se abriga no mesmo teto, mas que reconhece Alhandra como a cidade da Paraíba tida como local de onde se irradiou o ritual religioso, a Jurema tem muitos adeptos que ressaltam os poderes de cura dos Mestres juremeiros.

Além da cidade de Alhandra, existe a “cidade encantada de Tambaba”, local de muitos mistérios dos senhores Mestres encantados. Citando René Vandezande:

“A tradição diz unanimemente que no alto da praia de Tambaba houve uma Cidade da Jurema de igual nome, anos passados: porém, esta cidade foi “devorada” pelo mar, e de lá teria origem o culto que ainda hoje os juremeiros prestam ocasionalmente nesta praia. Una juremeiros que foram lá em nossa companhia demonstraram o máximo respeito para o lugar. Diversas vezes fomos a essa praia solitária, encontrando, cada vez, objetos de culto e velas. O barulho que as ondas produzem nas rochas de formas fantásticas é interpretado como a voz dos Mestres.” 2

E hoje Tambaba é uma praia de nudismo muito visitada pelos turistas.

Mestres são as entidades principais desse culto que aparecem nas sessões semanais das casas destinadas à Jurema e nas festas periódicas dedicadas a eles. São Exus, índios, caboclos, reis de iorubá, caboquinhas de pena, boiadeiros, baianas, pretos velhos, marinheiros, pescadores e também ciganas, Pomba-gira, Zé Pelintra, Maria Padilha e toda sua companhia. E como se não bastasse, a Cumade Fulozinha e a figura do cangaceiro, Também personagens das narrativas e contos populares, transitando na Jurema Sagrada. Segundo a fala de um dos depoentes umbandistas: “Cumade Fulozinha é uma identidade muito perigosa: ela tanto trabalha pro bem, como trabalha pro mal.”

Todos animadíssimos com seus pontos cantados e com o som dos elus, gaitas e maracás, a cachaça, o vinho da Jurema e a fumaça dos cachimbos de Jurema ou de angico, de um ou de sete canudos de fumaça (e em raros casos de charutos), constantemente fumados ao contrário, com o lado da brasa dentro da boca.

A Jurema tem vários tipos de ritual: Jurema de chão, Jurema traçada, Jurema de meia-noite armada.

A Jurema de chão é um ritual em que os juremeiros ficam sentados no chão em frente ao gongá (altar de Jurema) com imagens de Mestres , índios, pretos-velhos, caboclos e até mesmo Padre Cícero. A tronqueira do mestre da casa com um cachimbo de sete-fumaças, uma cumbuca com fumo de várias ervas: alecrim do campo, liamba, erva-doce, fumo-de-rolo, abre-caminho; e muitos cachimbos. Invocam as entidades para darem passes e fazerem consultas. Nessa sessão também são invocadas, sem obedecer a uma seqüência, todas as entidades ao mesmo tempo e pode Ter batuque dos elus (tambores) ou não. Há ponto cantado. A Jurema de meia-noite armada ocorre realmente à meia-noite, também no chão; é arriada no centro do terreiro a tronqueira do mestre da casa, que é responsável pela sessão; jarros com ervas da Jurema (pinhão roxo, comigo-ninguém-pode, pé da felicidade, aroeira), sete qualidades de cachaça, champanha, vinho tinto, vinho branco, cerveja, mel, uma garrafada de Jurema “preparada”, um cruzeiro de velas brancas, alguidares com frutas, três alguidares com fumos preparados (fumo de queda, fumo de descarrego e fumo de levanta), cachimbos cruzados, charutos e cigarros, palitos de fósforo cruzados, velas coloridas cruzadas e uma garrafa de plástico com Jurema para passar no corpo como descarrego.

Nessa Jurema não há elu, pois é apenas cantada para a realização de “trabalhos” em hora grande, horário especial dos Mestres fazerem as coisas funcionarem melhor, com mais força, pois só com o canto e a concentração no silêncio da madrugada fazem render resultados positivos, trabalhando com o que eles mais gostam: cachaça, cachimbo e os cocos ” daqui e de lá do outro mundo.



Mas eu pisei na rama
A rama estremeceu
Não beba dessa água, oi morena
Quem bebeu morreu

Esse coco é meu
É da Paraíba
É de Catolé
É de macaíba

Meu avião de alumínio
Que voa de norte a sul
Mulher que rapa o cangote
Do céu não vê o azul

Ô Lili, minha Lili
A mulher que eu mais amava
Nas tranças dos seus cabelos
Aonde eu me balançava


Ganham sentido de pontos cantados, louvações e orações. Cocos que remetem a vários sentidos além do “sagrado” e da “brincadeira”, que se fundem independentemente de temas específicos para prenunciar a alegria e a força do trabalho na Jurema encantada.

Nos próprios pontos cantados de Jurema, podemos perceber vários elementos informativos do culto, encontrados em uma das Juremas da Torre:



Era uma mesa branca
Toda enfeitada de flores
E hoje é uma tenda de Jurema
De paz, de luz e de amor
(…)3

Zum, zum, zum ô Jurema
Vamo trabalhar ô Jurema
Desmanchar macumba ô Jurema
Catimbó e azar ô Jurema4

Jurema minha Jurema
Meu tesouro rico
E olha o tombo da Jurema
Que ela vale ouro
(…)5

A Jurema é minha madrinha
Jesus é o meu protetor
A Jurema é pau sagrado
Deu sombra a Nosso Senhor6




NA PANCADA DOS COCOS

Os instrumentos da Jurema são basicamente os mesmos da brincadeira do coco. Os instrumentos utilizados são todos de percussão. Na brincadeira é usado um zabumba e na Jurema um elu, tocado pelo ogã. Ambos são cobertos por um couro de bode, existindo uma pequena diferença no zabumba, que é coberto por dois couros: um couro de bode e outro de “boda”.

Nos rituais de Jurema, o mestre aceita qualquer batida do elu; o mais importante é o coco cantado, que tem força para “seus trabalho”, com sua cachaça e com suas namoradas. Ainda temos o ganzá, que está presente nas duas manifestações, muitas vezes improvisado com uma lata vazia, com pedrinhas ou sementes dentro. Maracás, espécie de chocalho, com som semelhante ao do ganzá, também fazem parte. O triângulo, instrumento apenas da Jurema tem o formato correspondente ao nome, feito artesanalmente, a partir de restos de ferros utilizados na construção civil, batido com um bastão do mesmo material. Também pode aparecer gaitas feitas de bambu, semelhantes a uma pequena flauta, como asa tocadas pelos participantes das tribos indígenas do carnaval.

Os pontos são acompanhados por palmas e batidas de pés. O espaço para o ritual tanto pode ser fechado (o interior dos terreiros), quanto aberto (a rua, a encruzilhada, o mato).

Os cocos cantados como pontos de Jurema foram encontrados em espaços abertos e fechados, nos diferentes tipos de ritual. Também encontramos o que parece ser ponto de Umbanda ou Jurema, cantado como coco em festas de São João nas ruas do bairro da Torre. Os limites da cultura popular são muito tênues.

No bairro da Torre, em João Pessoa (PB), são encontradas muitas casa de Umbanda e Jurema. O bairro também se caracteriza pela riqueza de manifestações populares, dentre as quais a malhação de Judas em várias ruas, palhoças e quadrilhas, cocos e cirandas, blocos de carnaval, tribos (o nome que se dá na Paraíba à dança conhecida como caboclinhos em Pernambuco), escolas de samba.

Em 1938, integrantes da MPF (Missão de Pesquisas Folclóricas), fizeram diferentes registros da cultuar popular na então Torrelândia: narrativas populares, sessões de catimbó, tribo dos índios africanos, barca.

Em vista desses argumentos mencionados, vimos através das manifestações populares afro-brasileiras, a presença de vários cocos de roda cantados como canto religioso no sentido de trânsito entre atividades diversas pertencentes ao grande universo da literatura oral.
E salve a Jurema Sagrada!

DESCONHEÇO O AUTOR E AS FONTES PESQUISADAS

PORQUE ELES VÊM JUNTOS?


As linhas de Baiano, Boiadeiro, Malandro e Marinheiro são linhas que trabalham com quebra de demandas, são chamados de Híbridos pois podem andar entre os planos da Direita e da Esquerda sempre a serviço dos divinos Orixás.
 Essas entidades possuem suas características individuais pertencentes as suas linhas e não possuem dependências entre si, trabalham tanto sozinhos como junto de outras linhas.
A grande diferença entre eles e os Exús e Pombas Giras na "limpeza" das demandas feitas, é que eles trabalham os espíritos obsessores, os chamados Eguns, de forma diferente, eles dão a chance de evolução a esse espírito perturbado afim dele começar sua caminhada em direção do bem, ou seja, essas entidades tentam dar uma última chance desses espíritos serem doutrinados.
 
E mesmo sendo uma gira com muito trabalho de desmancho de demanda e quebras de energias negativas, essa gira consegue ser extremamente leve e divertida tanto para os médiuns que trabalham incorporados quanto para os assistidos, e o segredo é que eles trabalham numa corrente harmoniosa com muitas brincadeiras e descontração!!
Muitos terreiros não trabalham com essas linhas. Alguns por não terem disponibilidade de dias de trabalho suficiente e acabam fazendo giras esporádicas ou abrindo espaço para essas entidades em outra gira de acordo com a necessidade delas de trabalho, outros por falta de "intimidade" com essas entidades e muitos por falta de conhecimento.
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SALVE SEU ZÉ PILINTRA


Salve Seu Zé Pelintra!

Falar de Seu Zé Pelintra no tempo da quaresma cristã parece provocação. Incentivar ou manter o preconceito com esta entidade tão iluminada é não aceitar essa bênção de sua proteção.

Quantos já escreveram e dissertaram de forma tão brilhante, sobre as origens desse espírito guerreiro. Mas aquilo que vivencio, ou conhecendo as várias manifestações em diferentes locais, onde presenciei trabalhos carregados de fé.

Em casas de irmãos que trabalham com as diretrizes voltadas ao Catimbó, a manifestação de Mestre Zé Pelintra vem carregada de rituais voltados ao culto da Jurema, árvore sagrada. Nesses trabalhos, aparece como malandro vestindo terno branco e gravata, fumando seu charuto, bebendo sua marafa, mas fazendo suas orações que auxiliam todos aqueles que lhe pedem justiça, vitória contra as demandas.

Presenciei em outra ocasião, e em outro local a chegada de um velho que era amparado por cambones, ali chegou e se apresentou: “sou Seu Zé Pelintra das Almas, e não vim pra brincadeira!” Era um Preto-Velho com suas cantigas que mais eram orações que mostravam a sua forma de trabalho, e suas recomendações quase sempre são conselhos de mudanças de atitude para os que insistem na vida sem utilidade, fazendo o sofrimento por onde passavam.

Alguém pode afirmar que o culto de Seu Zé Pelintra é completamente o oposto e que tal entidade é um Exu que zomba da dor alheia, e que sua missão é trazer a discórdia por onde passar. E infelizmente, acaba sendo mais convincente, por causa do lucro que pode conseguir diante de uma humanidade tão ressentida e vingativa.

Para minha alegria conheci muitos lugares que valorizam o trabalho desse espírito iluminado, que com o passar dos anos se revelou mais justo, brilhante soldado de Ogum e fiel conselheiro para aqueles que quiserem se libertar da prisão dos vícios de toda a espécie.

A Luz deixada por Seu Zé Pelintra será reveladora, e assim muitos saberão da verdade libertadora dos preconceitos.

Em qualquer tempo, faça uma prece em louvor ao Seu Zé Pelintra.

Quem é Zé Pelintra?

Trata-se de um espírito famoso, alguém que viveu de forma anônima, sendo mais um José na multidão. Era mais um negro brasileiro, que vivia na simplicidade e se divertia cantando e encantando as pessoas. Era esperto demais que virou malandro e lenda no Rio de Janeiro. Para muitos aquele Zé se tornou um grande guerreiro, iluminado por Ogum, São Jorge vencedor de demandas. Tão sábio era em vida que se transformou numa das colunas da Umbanda.

 
Ouvi certa vez de um mensageiro que se apresentou como Seu Zé Pelintra, que surgiu após a incorporação dos Caboclos no terreiro. Aproximou-se de mim e disse: “Não tema menina, sou espírito do Bem. Venho com a ordem de Ogum, e cumprir sua vontade. Muitos irmãos se apresentam com nome de Zé Pelintra em diferentes degraus da escada. A escada que subimos pouco a pouco, trabalhando com as ferramentas que encontramos em cada degrau.

Poucos entendem que somos muitos espíritos carregando o mesmo apelido, por causa da simpatia que possuímos pela história e trajetória espiritual daquele primeiro Seu Zé. Nosso lema principal é sempre vencer as batalhas em nome da Luz Maior.

* No primeiro degrau avistamos o sinal dos tridentes cruzados, mostrando que nosso combate será nas encruzilhadas, ao lado dos Exus Guardiões, eternos vigilantes do equilíbrio. Participamos de muitos tipos de trabalho, seja no Catimbó ou Santeria.

Vestindo nosso terno branco, gravata vermelha nos impomos com nossa elegância e nosso conhecimento contra qualquer mal feito. Usamos de toda a astúcia para enfraquecer o abismo destruidor, por isso muitas vezes nos chamam de malandros que saem durante a noite.

Quando chegamos ao segundo degrau estamos ao lado dos espíritos de baianos e boiadeiros, trazendo alegria e esperança para todos. Através da cantoria, da dança, e da palavra esperançosa, ilumina as almas encarnadas com a certeza que merecem serem felizes. Recebemos o nome de Baiano Zé Pelintra, e a fama de grandes conquistadores das almas femininas.

* Nesse degrau do meio, estamos em bandas, ou povos, sem esquecer o que se passou no degrau anterior. Usamos da alegria e esperança, para a libertação daqueles que se entregaram nos laços destruidores de almas. Mostramos que a beleza da vida está em toda parte, e que levamos da vida a vida que a gente leva.

* E finalmente no terceiro degrau, juntamente com as Almas abençoadas dos Pretos-Velhos, deixamos confusos aqueles que acham que o espírito demora uma eternidade para evoluir. Esquecem-se da grande misericórdia divina, e do perdão que Deus concede aos arrependidos sinceros.

Com toda a sabedoria que adquirimos ao longo da trilha espiritual, percebemos que em muitos momentos nos reunimos num nível só. Somos os guerreiros das encruzilhadas, que com toda a alegria e disposição usaremos sabiamente o que aprendemos durante toda a jornada espiritual.

“Viu só menina quanta coisa ainda precisa aprender?

Todos são livres para escolher a felicidade, e desprezar a dor.

Zé Pelintra é do nosso povo brasileiro, sofrido, espoliado, mas não desiste de ser feliz”.

Como é sua Imagem?

A imagem do negro elegante, vestindo seu terno branco a gravata vermelha, lenço vermelho na lapela, e um chapéu panamá, muito usado nos anos quarenta. Essa é uma imagem popular do Seu Zé Pelintra, que qualquer pessoa identifica em qualquer lugar.

Seu culto em Minas Gerais se realiza no Catimbó. Cerimônias em locais retirados dos centros urbanos, no interior, em comunidades que possuem a tradição familiar, ou seja, o comando espiritual passa de pai para filho, ou para herdeiros escolhidos. O fundamento principal está baseado no segredo que envolve a bebida extraída da árvore da Jurema, um segredo que é guardado pelos homens. Nesses cultos se valorizam a força da reza, ou orações parecidas com as da Igreja católica e a incorporação dos Mestres espirituais ancestrais. Seu Zé Pelintra é para alguns, um desses Mestres. É recebido com respeito, porque um dos seus grandes trabalhos é o “fechamento de corpo”. Consistia em rezas para a segurança nas viagens longas em estradas perigosas, ou proteção contra inimigos materiais ou espirituais. Segundo me informou uma pessoa que viveu dentro desse culto no Catimbó, o dia mais recomendado para se fazer o fechamento de corpo para um ano inteiro, era a sexta-feira santa. Nesse dia Mestre Zé Pelintra incorpora num médium paramentado de terno branco, gravata vermelha, tal e qual a representação de sua imagem mais popular. O médium que o incorpora geralmente se torna muito vaidoso, e tal qual o Mestre Zé Pelintra, é uma pessoa ao mesmo tempo amada e temida em muitos pontos do país.

Nos terreiros de Umbanda, raramente se avista a imagem de Seu Zé Pelintra num altar especial, dentro das salas de trabalho, e muito poucos se atrevem a chamá-lo em giras de baiano. Sua presença é vista com estranheza e desconfiança, por que alegam que esse malandro só possue lugar dentro da trunqueira, ou seja, junto aos Exus Guardiões. A trunqueira é localizada em geral, fora dos limites da sala principal de trabalho, do lado esquerdo de quem entra.

O tempo passa, e por mais que o trabalho desse espírito iluminado demonstre sua evolução, muitas pessoas ficam estacionadas em conceitos passados por pessoas que temem Seu Zé Pelintra. Um temor que envolve lendas passadas e incorporadas no senso comum. Aquele que teme por que aprendeu que Zé Pelintra é do mal, espírito sem luz que só faz tragédia acontecer para quem nele acredita.

Quantos médiuns que possuem missão com ele em suas falanges? Ou ficam confusos ou temerosos ou então se envaidecem pelo poder de intimidação que esse espírito traz em suas lendas.

Os que ficam confusos e temerosos tentam “cuidar dele” para que ele não atrapalhe sua vida. São induzidos a incorporar Seu Zé em giras carregadas de medo e destruição. Impedem que os brilhos de seus trabalhos sejam realizados, fazendo com que se reforce a idéia de que esse espírito seja mensageiro das trevas. Alguns conseguem se libertar dessa concepção e através de estudo e análise de outras correntes de pensamento, aquelas que observaram a evolução das manifestações de Zé Pelintra na Linha das Almas. Graças aos caminhos evolutivos as informações positivas e esclarecedoras chegam ao entendimento. Aí o médium sente a companhia espiritual como bênção, e assumirá a conduta de sempre buscar o seu melhor, estudando e evoluindo para continuar sua missão com dignidade.

O aprendizado constante é dever de todo médium, e a humildade é sua pedra fundamental. Seu Zé Pelintra é espírito iluminado e o médium que se atreve a vangloriar-se de sua proteção, sofrerá muito com as decepções que causará e receberá o seu retorno. Por ser um espírito famoso, pode causar ao seu médium o penoso caminho da provação e do abandono. Os médiuns são intermediários, é ser instrumento e aprendiz dessa experiência maravilhosa. Experiência de contacto com a Luz que ilumina os corações e espíritos de todos inclusive dos médiuns. A vaidade é devastadora, pois deixa o contacto com a Luz interrompido. O vaidoso em principio até trabalhou com a entidade, mas com o tempo e a persistência desse sentimento acontece o afastamento do espírito iluminado e cede a aproximação de obsessões que comandam e sustentam a farsa. Ser médium é ter responsabilidade, e não existe isenção quando o arbítrio decide pela vaidade.

Seu Zé Pelintra, tal e qual aos espíritos mais conhecidos, possui a responsabilidade de executar sua missão com determinações do Astral Superior.

Portanto a presença de Seu Zé Pelintra em várias partes do país pode mudar conforme a cultura local, mas a essência de sua missão fortalecida na alegria e esperança. Quer esteja na vibração das encruzilhadas, das matas com a Linha das Almas, seu trabalho valoroso deve ser bem interpretado. A liberdade desse espírito expõe a grandeza do caminho da evolução espiritual, que todos os grandes Mestres trilharam. Na simplicidade e na seriedade, os milagres atribuídos a esse espírito guerreiro vão continuar e cabe-nos refletir sobre nossas atitudes diante dele.

Que a partir desse novo tempo de evolução mais irmãos coloquem em seus altares materiais e em seus corações, a imagem brilhante daquele negro de terno branco e chapéu panamá. Que ele continue rezando por nós nesses dias tão violentos, fechando nossas mentes para o preconceito e isolamento.

Salve Seu Zé Pelintra!


Por Mãe Bebel – Fraternidade Socorrista Mãe Yemanjá e Baiano Zeferino