ZÉ PILINTRA



Bastante considerado, especialmente entre os umbandistas, como o espírito patrono dos bares, locais de jogo e sarjetas,
embora não alinhado com entidades de cunho negativo, é uma espécie de transcrição arquetípica do "malandro".
No seu modo de vestir, bastante típico,
Zé Pelintra é representado trajando terno completo na cor branca, sapatos de cromo, gravata grená ou vermelha e chapéu panamá
de fita vermelha ou preta.

Contam que nasceu no povoado de Bodocó, sertão pernambucano, próximo a cidadezinha de Exu.
Fugindo da terrível seca que assolava a cidade a família de José dos Anjos rumou para Recife em busca de uma melhor vida, mas o menino aos 3 anos perdeu a mãe.
Cresceu, então, no meio da malandragem, dormindo no cais do porto e sendo menino de recados de prostitutas. Sua estatura alta e forte granjeou o respeito dos circunstantes. Sua morte seria um mistério.
Aos 41 anos foi encontrado morto sem nenhum vestígio de ferimento.

Uma outra versão do mito alude a José Gomes da Silva, nascido no interior de Pernambuco, um negro forte e ágil, grande jogador e bebedor, mulherengo e brigão.
Manejava uma faca como ninguém, e enfrentá-lo numa briga era o mesmo que assinar o atestado de óbito.
Os policiais já sabiam do perigo que ele representava. Dificilmente encaravam-no sozinhos, sempre em grupo e mesmo assim não tinham a certeza de não saírem bastante prejudicados das pendengas em que se envolviam.

Não era mal de coração, muito pelo contrário, era bom, principalmente com as mulheres, as quais tratava como rainhas.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

UMA CARTA DE NAVALHA PARA ZÉ PILINTRA DA ENCRUZILHADA

 


Nasci no norte, e criei na lapa e me apaixonei aos 21 anos ...

Por um menino da encruzilhada, que tentou me fazer de otária,entrou em meu coração sem pedir permissão, mas foi com minha navalha que briguei por seu coração...
Sempre fui respeitada e você um enrolador um conversa fiada, eu uma malandra enfeitada e você um vacilão arrumado,eu uma irmã decente e você um metido a enrolar gente...
Quantas vezes pensei que estava com o grande amor da minha vida, mais levava todas as noites para minha casa um vagabundo...Não te odeio, mais lhe desprezo, mais como me traíste varias vezes, FINGIDO!
Na ponta da minha navalha existirá sempre um risco representando sua encruzilhada e em meu peito uma fechadura sem chave, Pois em seu buraco, No dia de sua morte... Eu a enterrei com você E como você não tenho mais coração eu também não tenho mais emoção, como você não pode mais dormir eu também deixei de sonhar, e você vai sempre existir, mais para mim será apenas mais um Zé...
Amarei todos!!!Menos você...
Olharei tudo, nunca verei você!!!Sempre se lembrará de mim como uma mulher que passou por sua vida e deixou essas palavras fatais: "
Chamo-me Maria Navalha, que morreu por causa de um Zé qualquer, sem nome,sem endereço, Que só pensava em mulher"... Sou “feliz por ser um aparelho de Maria Navalha da lapa”

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